Resolvi resgatar um assunto já tratado aqui no blog, o Bullying, mas desta vez com um aspecto diferente: um depoimento de quem foi vítima disso - eu.
"Sempre fui a aluna mais alta da sala, quando tinha 14,15 anos não era diferente e pior, ainda era bem magrinha. E isso me deixava 'diferente' dos outros da sala de aula, com isso virava alvo fácil de apelidos, 'brincadeiras' e 'piadas' de extremo mau gosto. Não havia um dia sequer que isso não ocorresse, não havia um dia que eu não me sentisse mal com isso. Muito mal.
A fase da adolescência é uma fase onde a auto-imagem está em formação e neste momento o outro (o grupo) pode se tornar fundamental para esta formação; trocando em miúdos: muitas vezes é através do olhar do outro que o adolescente forma a auto-imagem e isso é delicado demais. Só quem passa por isso, sabe a dor que é chegar em casa, se olhar no espelho e sentir-se a pessoa mais estranha e esquisita do mundo.
Quando falo em dor, falo mesmo em algo que realmente doeu muito, muito mesmo. Imaginem uma garota de 14,15 anos chegar várias vezes em casa chorando (muitas vezes escondida) e sem vontade alguma de voltar para o colégio no dia seguinte. Sempre tive muito apoio da minha família. Não escondia minha insatisfação dos meus pais. Mas não tinhamos conhecimento e nem noção do tamanho daquilo que ocorria. Atualmente,sei o que sofri, sei dar nome a todo aquele sofrimento.
A fase da adolescência é uma fase onde a auto-imagem está em formação e neste momento o outro (o grupo) pode se tornar fundamental para esta formação; trocando em miúdos: muitas vezes é através do olhar do outro que o adolescente forma a auto-imagem e isso é delicado demais. Só quem passa por isso, sabe a dor que é chegar em casa, se olhar no espelho e sentir-se a pessoa mais estranha e esquisita do mundo.
Quando falo em dor, falo mesmo em algo que realmente doeu muito, muito mesmo. Imaginem uma garota de 14,15 anos chegar várias vezes em casa chorando (muitas vezes escondida) e sem vontade alguma de voltar para o colégio no dia seguinte. Sempre tive muito apoio da minha família. Não escondia minha insatisfação dos meus pais. Mas não tinhamos conhecimento e nem noção do tamanho daquilo que ocorria. Atualmente,sei o que sofri, sei dar nome a todo aquele sofrimento.
Há 4 anos atrás, optei por estagiar em um colégio de ensino médio, especificamente com turmas da mesma faixa etária na qual eu passei tudo que escrevi anteriormente. Não foi nada fácil. O primeiro dia de estágio eu voltei a 1998 e tive vontade de correr do colégio: resisti, afinal estava ali não mais como adolescente e sim com um cargo que deveria (e foi) ser respeitado por aqueles - até então para mim - tão temíveis jovens. A dor me motivou a encarar de novo algo que me dava muito medo e falando honestamente: foi uma experiência fantástica.
Hoje, sei o que passei, sei a dor que foi na época e sei que ficaram marcas. É impossível esquecer a humilhação, as 'brincadeiras', as 'piadas' e a dor que eu sentia.É preciso ter muito cuidado com isso. Não estamos falando de 'brincadeira de criança' e sim de um assunto extremamente sério que precisa ser olhado"
Hoje, sei o que passei, sei a dor que foi na época e sei que ficaram marcas. É impossível esquecer a humilhação, as 'brincadeiras', as 'piadas' e a dor que eu sentia.É preciso ter muito cuidado com isso. Não estamos falando de 'brincadeira de criança' e sim de um assunto extremamente sério que precisa ser olhado"
***
O bullying é algo muito sério, pode gerar traumas que podem ser levados para a vida inteira. É preciso que os pais, o colégio e os professores fiquem extremamente atentos a qualquer manifestação desta violência que machuca tanto.
Desculpem o desabafo, mas senti necessidade de vir aqui falar do que passei; para servir de alerta a este assunto tão sério!
Obrigada!
Fico muito feliz de hj em dia isso ter um nome,e ter consequências. No colégio da minha filha de 10 anos foi feito palestra e há campanha de conscientização,achei o máximo!
ResponderExcluirNão só no colégio dela, mas das amigas, que desde cedo estão ficando cada vez mais consciente e fico muuuito feliz!
Ótima abordagem!Parabéns!
Assunto muito importante mesmo Trícia!
ResponderExcluirMeu filho de 10 anos sofreu por ser gordinho, e se ele não tivesse pais atentos, poderia ter causado um dano imenso à ele!
Bjs.
Parabéns pela coragem e pelo depoimento :)
ResponderExcluir